O bicampeão olímpico da maratona do Quênia, Eliud Kipchoge, será o mentor da Equipe Mundial de Atletas Refugiados (ART) Sub-20, usando sua grande experiência no esporte para educar e inspirar os futuros atletas.

Kipchoge vai motivar os membros da equipe, compartilhando seu conhecimento e disciplina no esporte, ao mesmo tempo que os incentiva a seguir seus estudos e a ler livros, que é uma de suas paixões. Comprometido em ajudar os mais desfavorecidos, o ex-recordista mundial também compartilhará habilidades para a vida como parte da função, que desempenhará até o Campeonato Mundial de Atletismo Sub-20 do próximo ano, Lima 24.

A confirmação da mentoria de Kipchoge, que terá início em janeiro, coincide com o anúncio do Compromisso Multissetorial sobre Esporte para Inclusão e Proteção de Refugiados , um compromisso assinado por mais de 100 organizações representadas no Fórum Global de Refugiados 2023, que começa hoje ( 13) em Genebra. Como um dos signatários, e como parte da Coligação Desporto para Refugiados, à qual aderiu no início deste ano, a World Athletics reafirmou o seu compromisso de usar o desporto para ajudar a melhorar a vida dos apátridas em todo o mundo.

Realizado a cada quatro anos, o Fórum Global para Refugiados é o maior encontro internacional sobre refugiados do mundo. Foi concebido para apoiar a implementação prática dos objetivos estabelecidos no Pacto Global sobre Refugiados: aliviar as pressões sobre os países de acolhimento, aumentar a autossuficiência dos refugiados, aumentar o acesso a soluções de países terceiros e melhorar as condições nos países de origem.

O compromisso da World Athletics descreve o papel que o desporto pode desempenhar na melhoria da vida dos refugiados, nomeadamente através de programação desportiva, mudança de políticas, desenvolvimento de competências e esforços de comunicação e defesa.

A Equipa Mundial de Atletas Refugiados, composta por atletas que fugiram da violência, do conflito e da injustiça no seu país, foi fundada em 2016 e desde então evoluiu para o único programa mundial de equipas de refugiados a tempo inteiro durante todo o ano. A equipe fez sua primeira aparição competitiva como parte da Equipe Olímpica de Refugiados nos Jogos Olímpicos de 2016 e competiu em quase todos os eventos da World Athletics Series desde então.

A equipe Sub-20 foi formada como piloto em 2022, com o objetivo de apresentar um ART Sub-20 bem preparado para o Campeonato Mundial Sub-20 de Atletismo Lima 24.

A campeã mundial dos 800m do Quênia em 2007, Janeth Jepkosgei, é a técnica principal do ART Sub-20, que está parcialmente baseado no Campo de Refugiados de Kakuma, localizado a cerca de 100 km da fronteira com o Sudão do Sul, no leste da África, e em Kapsabet, no Quênia. A educadora suíça Barbara Moser-Mercer lidera o programa, apoiada pelo treinador Arcade Arakaza, ele próprio um refugiado do Burundi, e agora Kipchoge.

No início deste mês, a World Athletics fez parte de uma delegação que incluía o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Fundação Olímpica para os Refugiados (ORF), o Comité Olímpico Nacional do Quénia (NOCK) e a Rede Africana de Ensino Superior em Emergências (AHEEN) que visitou os campos de refugiados de Kakuma e Kalobeyei, no Quénia. A World Athletics foi convidada a fazer parte da delegação da ORF, reconhecendo o trabalho que a World Athletics está a realizar neste domínio.

Compromisso do Fórum Global de Refugiados: Esporte para Inclusão e Proteção de Refugiados

“Na sua qualidade de órgão regulador mundial do atletismo, a World Athletics compromete-se a mobilizar a sua esfera de influência para apoiar a inclusão de atletas refugiados em eventos de atletismo em todo o mundo. Comprometemo-nos a proporcionar-lhes desporto seguro, promovendo a paridade de género na nossa seleção, educando-os sobre a salvaguarda e oferecendo bolsas de estudo académicas e desportivas. Através do nosso patrocinador, Asics, eles se beneficiarão do fornecimento de kits de valor em espécie e serão elegíveis, como qualquer outro atleta, para ganhar prêmios em dinheiro.

“Juntamente com nossas partes interessadas, buscaremos e defenderemos mais treinadores e equipe de apoio para refugiados certificados pela World Athletics. Ofereceremos cursos de treinamento em mídia para atletas refugiados. Em colaboração com a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), seremos diligentes no bem-estar dos atletas refugiados no âmbito do nosso programa e defenderemos a corrida limpa no espírito do jogo limpo.

“Durante os nossos eventos da World Athletics Series (WAS), os atletas refugiados serão tratados como os seus colegas atletas de elite e maximizaremos a sua presença, oferecendo-lhes oportunidades de embaixadores para promover o desporto e partilhar o seu impacto nas suas vidas. Todas as despesas dos nossos eventos da World Athletics Series serão cobertas pela World Athletics.

“A World Athletics servirá como federação membro da equipe, e a equipe competirá sob a bandeira da Equipe Atleta Refugiado.”